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A morte me visita.
No semblante alheio,
cheio de vida,
a Dama dos Dias abana;
na relva inédita de cada aurora,
dá bom dia.
Como dói a morte
em quem não morreu.
É tão presente a morte
nas coisas que não serão,
nas coisas que não terei,
na entrega difícil que o tempo adia,
nas musas que cobram um caro suspiro irrecuperável de poesia,
nas nuvens
(que levam meu tempo).
A morte me visita.
E tão revestida de beleza,
preparada para minhas fraquezas:
feminina.
Dona da minúcia da miséria da con(tra)dição humana,
urbana: para o tempero dos meus dias,
morte que preme meu peito
em cada saia transeunte,
em cada vislumbre de derrota,
em cada desmedida alegria.
Na ausência pressentida do epitáfio
a morte me visita.
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terça-feira, outubro 09, 2007
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