sábado, janeiro 20, 2007

Poema do ônibus 2006

Entre os dentes

Deixa a identidade, deixa a escova de dente,
traz teu leve desejo de ser minha por enquanto.
Lembra dos meus olhos que dizem sim,
te aninha em mim como o mundo parasse,
faz de mim necessário como o perfume do teu cobertor de estimação,
não a odiada mancha na tua roupa preferida,
imperdoável...

Repousa entre os dentes tua língua mágica
antes da pronúncia ridícula do meu nome
com ares de tédio e fim.
Entre os instantes de indefinição que vem,
lembro das promessas que fizeram tuas pernas,
infinitas, e agora o que sobra é procurar a meia esquerda,
não achar,
e vagar sem lembrar o caminho de casa...


Leonardo M. Paredes

2 comentários:

Anônimo disse...

Mto legal mesmo..
li esses dias esse poema no trem voltando de um dia cansativo de traballho..
gostei mto de ter encontrado ele aki!!

Beijoos tenha um bom fim de semana !!


Aline D.

Nati disse...

Olá! Li teu poema no ônibus T5!!!! Anotei teu nome, para tentar procurar o texto na internet. E aqui achei =) Muito bom, principalmente para ler em uma viagem de ônibus. Torna mais agradável!

Enfim...

Natália.